Guarulhos e Mogi das Cruzes lideram o ranking de mortes no trânsito entre as cidades paulistas com mais de 300 mil habitantes, segundo dados do Infosiga-SP, divulgados pelo Detran-SP em abril de 2025. Nos últimos 12 meses, Guarulhos registrou 176 óbitos, com uma taxa de mortalidade de 13,61 por 100 mil habitantes, enquanto Mogi das Cruzes teve 12,96 por 100 mil. A capital, São Paulo, apesar de um número absoluto maior, ficou em oitavo lugar, com taxa de 9,04. Esses números, atualizados até 25 de abril de 2025, expõem a gravidade dos acidentes de trânsito na Grande São Paulo e Alto Tietê. Autoridades alertam para a necessidade de medidas urgentes.
Os dados do Infosiga-SP revelam que Guarulhos, segunda maior cidade do estado, enfrenta um cenário alarmante no trânsito. As 176 mortes registradas incluem acidentes envolvendo carros, motos e pedestres, com destaque para vias movimentadas como a rodovia Presidente Dutra. Fatores como alta densidade populacional, tráfego intenso e imprudência contribuem para a liderança no ranking. A Prefeitura de Guarulhos, por meio de nota, informou que intensifica ações de fiscalização e campanhas educativas, mas moradores cobram melhorias na sinalização e manutenção de vias. A situação exige esforços conjuntos para reduzir a taxa de mortalidade.
Mogi das Cruzes, com sua taxa de 12,96 mortes por 100 mil habitantes, também preocupa. A cidade planeja duplicar a avenida Guilherme George para aliviar o tráfego, um projeto que pode reduzir acidentes. Segundo o Infosiga-SP, muitas mortes em Mogi envolvem motocicletas, um problema crescente no estado, que viu um aumento de 9,5% nos óbitos de motociclistas em 2024. A administração municipal aposta em 22 novos radares nas rodovias SP-88 e SP-66 até maio de 2025 para coibir excesso de velocidade. Essas medidas visam frear a escalada de acidentes fatais.
A capital paulista, embora registre um número absoluto elevado, tem uma taxa menor devido à sua população de 11 milhões. Ainda assim, São Paulo enfrenta desafios, com 935 mortes em 2024, o maior número desde 2015. A prefeitura destaca iniciativas como áreas calmas com limite de 30 km/h e aumento do tempo de travessia para pedestres em cruzamentos. Apesar disso, o crescimento de 7,6% nas mortes em 2023 preocupa especialistas, que apontam a necessidade de mais investimentos em infraestrutura. A comparação com Guarulhos e Mogi reforça a urgência de políticas regionais integradas.
A análise do Infosiga-SP aponta que a violência no trânsito está ligada a fatores como embriaguez, alta velocidade e desrespeito às leis. Em Guarulhos, acidentes na Dutra, como o engavetamento de novembro de 2024 envolvendo um ônibus, ilustram os riscos das rodovias. Mogi, por sua vez, sofre com trechos perigosos nas rodovias estaduais, onde a falta de fiscalização agrava o problema. O Detran-SP recomenda campanhas de conscientização, como o Maio Amarelo, e reforço na educação de motoristas para mudar esse cenário. A sociedade civil também é chamada a colaborar.
As prefeituras de Guarulhos e Mogi das Cruzes estão sob pressão para reverter as altas taxas de mortalidade. Em Guarulhos, obras de pavimentação em bairros como Cumbica, com R$ 2,2 milhões investidos, podem melhorar a segurança viária, mas o impacto ainda é limitado. Mogi planeja novas estações de trem até 2030, o que pode reduzir a dependência de veículos. No entanto, especialistas alertam que soluções de curto prazo, como mais sinalização e blitze, são cruciais. A população espera ações concretas para evitar mais tragédias.
O ranking do Infosiga-SP também expõe desigualdades regionais. Enquanto cidades menores, como Poá, têm taxas altas de letalidade em outros contextos, como a Covid-19 em 2020, Guarulhos e Mogi enfrentam desafios típicos de grandes centros urbanos. A proximidade com São Paulo amplia o fluxo de veículos, sobrecarregando vias como a Dutra e a Fernão Dias, que esperam 3,1 milhões de veículos em feriados. Projetos como o People Mover do Aeroporto de Guarulhos podem aliviar o tráfego, mas não resolvem o problema imediato das mortes.
Diante do cenário, o governo estadual e as prefeituras precisam priorizar a segurança viária. O aumento de mortes de motociclistas, que cresceu 20% fora das vias com Faixa Azul em São Paulo, sugere a necessidade de expandir corredores exclusivos. Guarulhos e Mogi podem se inspirar em iniciativas como as da capital, que reduziu mortes em vias com Faixa Azul em 47%.
Autor: Eslovenia Popova