Conforme evidencia Bruno Garcia Redondo, a pandemia de COVID-19 foi um divisor de águas para a educação em todo o mundo. Quando escolas e universidades precisaram fechar suas portas fisicamente, a tecnologia emergiu como a principal ponte entre educadores e alunos. De forma abrupta, milhões de estudantes passaram a ter aulas remotamente, enfrentando uma série de desafios relacionados à conectividade, metodologias e engajamento.
Apesar dos obstáculos, esse momento revelou o potencial de transformação que a tecnologia tem para a educação, forçando instituições a reavaliar métodos tradicionais e a investir em soluções mais flexíveis, personalizadas e acessíveis. O ensino híbrido, que antes era tendência, se tornou necessidade e agora, no período pós-pandêmico, consolida-se como parte estrutural da nova paisagem educacional.
Como o ensino híbrido redefine o papel do professor?
Com o ensino híbrido, o papel do professor vai além da simples transmissão de conteúdo. Ele passa a ser um mediador do aprendizado, um facilitador que guia os estudantes por trilhas personalizadas, muitas vezes apoiadas por plataformas digitais, dados educacionais e recursos interativos. O modelo híbrido exige que o docente planeje experiências de aprendizagem que integrem momentos presenciais e online de forma coesa, o que demanda não só domínio técnico, mas também habilidades pedagógicas adaptativas.

Segundo Bruno Garcia Redondo, professores precisam desenvolver novas competências, como o uso de ambientes virtuais de aprendizagem, design instrucional e estratégias de avaliação formativa. Ao mesmo tempo, isso amplia seu repertório profissional e fortalece o vínculo com os alunos, ao proporcionar experiências mais centradas nas necessidades individuais.
Quais tecnologias educacionais ganharam destaque no cenário pós-pandêmico?
Diversas ferramentas tecnológicas se destacaram durante e após a pandemia, entre elas as plataformas de videoconferência, os ambientes virtuais de aprendizagem (como o Google Classroom e o Moodle), os sistemas de gestão educacional, aplicativos gamificados, inteligência artificial e recursos de realidade aumentada e virtual. Essas tecnologias não apenas sustentaram o ensino remoto emergencial, como também continuam a ser utilizadas em modelos híbridos e presenciais.
De acordo com Bruno Garcia Redondo, a combinação entre tecnologia e pedagogia potencializa a personalização do ensino, a análise de desempenho em tempo real e a criação de experiências imersivas e motivadoras. As instituições que melhor se adaptaram foram aquelas que compreenderam que tecnologia não é fim, mas meio para inovar e melhorar a qualidade do ensino.
As instituições de ensino estão preparadas para sustentar esse modelo?
A preparação institucional para o ensino híbrido ainda é desigual. Algumas escolas e universidades investiram pesadamente em infraestrutura tecnológica, formação de professores e reformulação curricular. Outras, no entanto, enfrentam dificuldades orçamentárias e resistências culturais à mudança. Sustentar um modelo híbrido de qualidade exige planejamento estratégico, apoio técnico e pedagógico, além de liderança visionária.
Para Bruno Garcia Redondo, entre os principais desafios do ensino híbrido estão a necessidade de garantir equidade no acesso, a resistência à mudança por parte de alguns educadores e instituições, a sobrecarga de trabalho docente, a adequação das avaliações e a manutenção do engajamento dos alunos. Outro ponto crítico é o desenvolvimento de currículos mais flexíveis, interdisciplinares e conectados com o mundo real, que aproveitem o potencial da tecnologia sem cair no tecnicismo.
Conclui-se assim que a pandemia acelerou um processo que já estava em curso: a digitalização da educação e a busca por modelos mais flexíveis e centrados no estudante. Bruno Garcia Redondo frisa que o ensino híbrido representa um caminho promissor para responder aos desafios da contemporaneidade, ao permitir uma aprendizagem mais ativa, personalizada e conectada com as demandas do século XXI.
Autor: Eslovenia Popova