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Justiça suspende votação da privatização da Sabesp em Guarulhos, na Grande SP

Companhia assumiu saneamento do município em janeiro de 2019 e afirma ter resolvido o rodízio de água que atingia cerca de 1,2 milhão de pessoas. Questionada, prefeitura disse que não irá se manifestar.

O Tribunal de Justiça de São Paulo suspendeu a votação do projeto de lei que prevê a privatização da Sabesp na Câmara Municipal de Guarulhos, nesta quarta-feira (15), por falta de realização de audiência públicas e apresentação de laudo de impacto orçamentário e ambiental.

Em dezembro do ano passado, a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou a privatização da companhia por 62 votos a favor e um contrário.

A companhia assumiu o saneamento de Guarulhos, o segundo maior município do estado de São Paulo, em janeiro de 2019. A Sabesp afirma ter resolvido o rodízio de água que atingia cerca de 1,2 milhão de pessoas.

A ação popular que conseguiu a suspensão da votação foi movida pelo vereador Edmilson Souza (PSOL) e pela deputada estadual Ediane Maria (PSOL).

Anteriormente, a Comissão Permanente do Meio Ambiente da Câmara Municipal aprovou a realização de ao menos quatro audiências públicas como condição para a votação do PL 85/2024 e para garantir a ampla e transparente discussão com a sociedade.

Entretanto, na decisão, o juiz Rafael Tocantins Maltez, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Guarulhos, aponta que as audiências não foram realizadas, além do projeto tramitar em regime de urgência.

O laudo de impacto orçamentário e ambiental também não foi apresentado pela Prefeitura de Guarulhos, segundo o magistrado.

“Assim, presentes os requisitos, defiro a liminar para suspender o processo legislativo de votação do PL 85/2024 que tramita na Câmara Municipal de Guarulhos até que sejam realizadas as audiências públicas definidas pela Comissão Permanente de Meio Ambiente e até que sejam apresentados laudo de impacto orçamentário e laudo de impacto ambiental da proposta ora em discussão”, afirma a decisão.
Procurada, a prefeitura disse que não irá se manifestar. Enquanto, a Câmara Municipal informou que “irá recorrer da decisão liminar visto que a jurisprudência do Superior Tribunal Federal (STF) é clara ao dizer que ‘não se admite, no sistema brasileiro, o controle jurisdicional de constitucionalidade material de projetos de lei'”.

O projeto que privatiza a Sabesp na capital paulista foi aprovado em segundo turno na Câmara Municipal de São Paulo em 2 de maio. A sessão foi marcada por protestos e confusão, além da retirada de manifestantes da galeria.

O texto recebeu 37 votos favoráveis e 17 contrários e foi sancionado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) cerca de 25 minutos depois.

No dia seguinte, a juíza Celina Kiyomi Toyoshima apontou diversas irregularidades no processo, assim como em Guarulhos, ela apontou a falta de audiência públicas e da apresentação de laudo orçamentário. Por isso, anulou a votação, suspendendo a aprovação do projeto de lei.

O projeto que privatiza a Sabesp na capital paulista foi aprovado em segundo turno na Câmara Municipal de São Paulo em 2 de maio. A sessão foi marcada por protestos e confusão, além da retirada de manifestantes da galeria.

O texto recebeu 37 votos favoráveis e 17 contrários e foi sancionado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) cerca de 25 minutos depois.

No dia seguinte, a juíza Celina Kiyomi Toyoshima apontou diversas irregularidades no processo, assim como em Guarulhos, ela apontou a falta de audiência públicas e da apresentação de laudo orçamentário. Por isso, anulou a votação, suspendendo a aprovação do projeto de lei.

Entretanto, em 7 de maio, o presidente do TJ-SP, o desembargador Fernando Antônio Torres Garcia, acolheu o recurso apresentado pela Câmara Municipal e derrubou a liminar.

A Sabesp
Atualmente, metade das ações da empresa está sob controle privado, sendo que parte é negociada na bolsa de valores B3 e parte na Bolsa de Valores de Nova York, nos Estados Unidos.

O governo de São Paulo é o acionista majoritário, com 50,3% do controle da empresa. O projeto, já aprovado na Alesp, prevê a venda da maior parte dessas ações, com o governo mantendo poder de veto em algumas decisões.

Em 2022, a empresa registrou lucro de R$ 3,1 bilhões. Desse montante, 25% foram revertidos como dividendos aos acionistas, R$ 741,3 milhões e R$ 5,4 bilhões, destinados a investimentos.

Atendendo, 375 municípios com 28 milhões de clientes, o valor de mercado da empresa chegou, em 2022, a R$ 39,1 bilhões.

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