Segundo Oluwatosin Tolulope Ajidahun (ou Tosyn Lopes), a endometriose é uma condição que pode se manifestar de diversas formas, com sintomas e características clínicas variáveis. A doença ocorre quando o tecido semelhante ao endométrio — que normalmente reveste o interior do útero — cresce fora da cavidade uterina, provocando dor, inflamação e, muitas vezes, infertilidade. Compreender os diferentes tipos de endometriose é fundamental para o diagnóstico adequado e o tratamento eficaz.
A endometriose pode atingir diferentes órgãos da pelve e até estruturas fora dela, apresentando múltiplos padrões de crescimento. O reconhecimento clínico das formas da doença permite que os profissionais da saúde identifiquem os sinais precoces e escolham a melhor abordagem terapêutica. A seguir, serão descritos os principais tipos de endometriose, com foco nas suas localizações e manifestações clínicas mais frequentes.
O que caracteriza a endometriose superficial peritoneal?
A endometriose superficial peritoneal é considerada a forma mais leve e comum da doença. Nessa apresentação, os implantes endometriais crescem na superfície do peritônio — uma fina membrana que reveste os órgãos da cavidade abdominal. De acordo com Tosyn Lopes, esses focos geralmente são pequenos, mas podem causar dor significativa, especialmente durante o período menstrual.
Clinicamente, essa forma de endometriose pode ser difícil de visualizar por exames de imagem, sendo muitas vezes identificada apenas por laparoscopia. Os sintomas incluem dor pélvica crônica, cólicas menstruais intensas e desconforto durante a relação sexual. Apesar de ser uma forma menos invasiva, pode causar grande impacto na qualidade de vida da paciente, exigindo acompanhamento contínuo e, em alguns casos, intervenção cirúrgica.
Quais são os sinais da endometriose ovariana?
A endometriose ovariana ocorre quando os focos da doença se alojam nos ovários, formando cistos conhecidos como endometriomas ou “cistos de chocolate”. Esses cistos são preenchidos por sangue envelhecido e podem atingir tamanhos consideráveis. Conforme Oluwatosin Tolulope Ajidahun, essa forma da doença está fortemente associada a quadros de infertilidade, uma vez que afeta diretamente o ambiente ovariano e a função reprodutiva.

Os sintomas mais comuns são dor pélvica crônica, dor nas relações sexuais e alterações no ciclo menstrual. Os endometriomas costumam ser detectáveis por ultrassonografia transvaginal, o que facilita o diagnóstico. O tratamento pode envolver o uso de medicamentos hormonais para controle dos sintomas ou a retirada cirúrgica dos cistos, principalmente quando há comprometimento da fertilidade ou dor intensa e persistente.
O que diferencia a endometriose profunda infiltrativa?
A endometriose profunda infiltrativa é a forma mais grave e invasiva da doença. Nessa condição, os implantes endometriais penetram profundamente os tecidos, podendo acometer órgãos como intestino, bexiga, ureteres e ligamentos uterossacros. Essa forma da endometriose está associada a sintomas severos e recorrentes, muitas vezes confundidos com outras doenças gastrointestinais ou urológicas.
As manifestações clínicas incluem dor pélvica intensa, distúrbios intestinais, dor ao urinar, dor durante ou após as relações sexuais e, em casos avançados, obstruções intestinais ou urinárias. O diagnóstico geralmente exige exames de imagem especializados, como ressonância magnética ou ultrassonografia com preparo intestinal. O tratamento costuma ser multidisciplinar, envolvendo ginecologistas, cirurgiões e urologistas, dada a complexidade do quadro clínico.
A endometriose, nas suas diversas formas — superficial, ovariana ou profunda —, apresenta um espectro amplo de sintomas e desafios clínicos. Como enfatiza Tosyn Lopes, o conhecimento detalhado das características de cada tipo é essencial para garantir um diagnóstico precoce e um tratamento individualizado. Apesar de ser uma condição benigna, a endometriose pode comprometer seriamente a qualidade de vida e a fertilidade das mulheres se não for adequadamente tratada.
O diagnóstico diferencial e o planejamento terapêutico devem ser conduzidos por profissionais experientes, como reforça Oluwatosin Tolulope Ajidahun, que atua diretamente no estudo e manejo da doença. A educação médica continuada, o avanço das técnicas diagnósticas e a abordagem humanizada são passos fundamentais para melhorar os cuidados com as pacientes. O enfrentamento da endometriose exige ciência, empatia e ação coordenada entre médicos e pacientes.
Autor: Eslovenia Popova